No dia 27/12/13, o Governo anunciou o aumento da alíquota de IOF de 0,38% para 6,38% para cartões pré pagos, cheques de viagem, cartões de débito e saque feitos nos exterior.
Diante desse novo cenário, qual é a melhor maneira de se programar para uma viagem ao exterior?
Três são os principais produtos financeiros para se levar a uma viagem: a) dólar em espécie; b) cartão pré-pago e c) cartão de crédito.
Cada um deles tem vantagens e desvantagens e merece um espaço dentro do seu planejamento.
Dólar em espécie
Passou a ser a opção mais barata para se comprar dólar. Isso porque o IOF não sofreu o novo aumento e permaneceu a 0,38%.
Além disso, o papel moeda é a modalidade mais aceita nos estabelecimentos. É sempre recomendável a qualquer viajante levar uma quantia mínima que seja em espécie. Acreditem, já passei perrengue brabo ao viajar com um mínimo de papel moeda na carteira.
O problema do papel moeda é a segurança. Diferente dos outros 2 produtos, caso você perca ou seja furtado, já era. Então, nunca conte apenas com dólar espécie para uma viagem.
Quanto levar em dólar? O ideal é levar o montante equivalente às pequenas despesas do dia a dia em papel moeda.
Cartões Pré-pagos
A verdade é que, diferente do que tem sido dito por aí, os cartões pré-pagos não perderam sua função por conta da alta do IOF. Perderam muito da atratividade, isso é verdade. Mas continuam sendo essenciais.
A grande vantagem do cartão pré pago é a segurança. O dólar em espécie tem o risco de ser furtado e o cartão de crédito o risco da cotação do dólar no fechamento da fatura. Nenhuma dessas coisas acontece com o pré-pago.
O problema do pré pago é que ele é mais caro que o dólar em espécie e não tem as mesmas vantagens (prazo e pontos) que o cartão de crédito.
Quanto levar em Cartão Pré-pago? Levar o equivalente às despesas grandes como jantares em restaurantes chiques, diárias em hotéis etc.
Cartão de crédito
Em Setembro 2008, muitos amigos meus estavam de férias no exterior. Com o dólar a R$1,60 era mais barato ir a Nova Iorque do que a Natal. Como muitos costumam fazer, eles usaram o cartão de crédito para suas despesas em geral lá.
Com a quebra do Lehmann Brother naquele mês, a cotação do dolar saiu da casa dos R$1,60 para mais de R$2,30. Nem preciso falar do prejuízo dessa galera, preciso? O mesmo aconteceu em 1999, 2001, 2002 e em qualquer momento de estouro de crise.
É verdade que o cartão de crédito pode apresentar uma cotação até melhor que a do pré-pago, que seus gastos se tornam pontos e que você ainda ganha prazo para pagar. Mas ao meu ver, essas vantagens não são capazes – em nenhuma maneira – de superar os riscos de mercado que essa modalidade apresenta.
Quanto levar em Cartão de Crédito? Quanto maior o seu limite, melhor. É muito importante ter um cartão de crédito internacional para levar em viagens. Eles devem ser usados para emergências e em algumas eventualidades que só aceitam crédito como aluguel de carro.
Conclusão
Apesar do mercado profetizar a morte do cartão pré-pago com o novo IOF, a verdade é que ele continua sendo um excelente produto para viagens. A maior vantagem dele nunca foi o IOF reduzido, ao contrário do que as casas de cambio diziam. Sempre foi a segurança! Considere o IOF adicional de 6 pontos percentuais como um seguro.
Recomendo ainda que, ao decidir por fazer uma viagem internacional, você comece imediatamente a comprar dólares no pré-pago para diluir o risco de mercado. Compre aos poucos e sempre. Mesmo que nessas transações você perca o desconto que as casas de câmbio geralmente dão para compras de volumes mais altos. Vale a pena.
Deve-se sempre lembrar que o mercado cambial flutua. Esse ano, o dolar subiu uns 15%. Mas entre a mínima e a máxima a distância foi de quase 30%. É do mercado… ele varia mesmo. Comprando aos poucos você se defende da volatilidade. É pagar 6% para não correr o risco de ter que pagar 30%. Faz sentido.
Adorei a matéria! Mt boa pra quem pretende viajar para fora ou quer fazer um planejamento bacana!