Há um ano o magnata-playboy Chiquinho Scarpa criou polêmica ao divulgar publicamente que enterraria seu Bentley avaliado em R$1 milhão no jardim da sua mansão. Dizia ele ter como inspiração um documentário sobre os faraós, que eram enterrados junto com suas riquezas na época do Egito Antigo.
Ao dizer isso não tardaram milhares de mensagens de repúdio à atitude. Críticas de todos os lados, acusações sobre a futilidade do ato, com a falta de bom senso… etc…
Para quem se lembra, o anúncio era nada além de um sacada genial de marketing em favor da doação de órgãos – o que foi divulgado um tempo depois.
Pois bem… digo isso pq dentro da nossa realidade, enterrar um Bentley soa como uma insanidade completa, um desperdício enorme de recursos… mas o que quero levantar aqui apenas é: será que, guardadas as devidas proporções, não há pessoas a nossa volta “enterrando bentleys” todos os dias?
Sério, o exagero no consumo, o desperdício, os excessos, o voluntarismo… todas essas atitudes que são resultado da futilidade que tanto criticamos… almoçar corriqueiramente em restaurantes de padrão “sem noção”, compra de coisas que não fazem sentido… roupas que não vão nem usar… simplesmente pelo impulso.
São mtas as pessoas que agem realmente como se fossem faraós do Egito.
Todos temos direito a usufruir como quisermos ao que conquistamos com nosso próprio suor, mas assim como o Bentley, que era do próprio Scarpa, cabe refletir: será que precisamos mesmo disso?
Pra ser sincero, o que me incomoda mais não é o cara gastar como ele quer… mas recriminar o que gasta com parcimônia, como se fosse ele o estranho, o pão duro… economizar é consumir com eficiência, é antes de saciar os desejos imediatos, refletir, ter auto controle. Salve quem não se sente um faraó.
O enterro do Bentley era uma ação benéfica… e, por fim, eu deixo a pergunta aos faraós dos dias atuais: vocês estão em campanha por o que?
A todos um grande abraço!