EUA

Mta fumaça, mas não é fogo… na última semana foi anunciado que a taxa de desemprego dos EUA caiu para 5,9%, a menor desde julho de 2008, antes do pior momento da Crise Financeira. Isso é boa noticia para o mundo.

Em contrapartida, o dólar subiu no mundo inteiro e não apenas no Brasil, porque o mercado agora aposta que os juros americanos deverão subir no primeiro semestre do ano que vem.

Grosso modo, os juros são o “preço do dinheiro”, se os juros nos EUA sobem, o valor do dólar tende a aumentar. Desde a crise de 2008, a taxa de juros americana ficou num patamar totalmente surreal e desproporcional, entre 0% e 0,25% ao ano (e vc reclamando do rendimento da Poupança hein). Isso significa que quem compra um título americano perde para a inflação que gira em torno de 2% ao ano por lá.

Como os juros no Brasil são historicamente altos devido aos problemas com a inflação (hoje está em 11% ao ano), o Real se valorizou bastante nos últimos 10 anos. Isso parece bom porque o brasileiro pode comprar mais produtos importados, pode viajar mais e parecemos as vezes mais ricos que americanos e europeus… mas tudo não passa de uma ilusão cambial.

Apesar de geralmente associarmos a alta do dólar a problemas estruturais no Brasil, essa alta é boa para o país. Ruim para o combate a inflação, é verdade (também para nossos planos de viagem) mas num contexto mais geral, esse movimento cambial torna nossos custos internos mais baixos e o Brasil mais competitivo internacionalmente. Isso significa fôlego para a nossa indústria.

Os sinais de que os EUA voltaram a crescer são excelentes para todo o mundo. Eles são os maiores importadores mundiais… isso estimula o comércio em todo o mundo. Além disso, essa taxa de juros real negativa nos EUA (taxa de juros descontada da inflação) é uma bizarrice econômica e seu fim próximo deve ser louvado por todos! Foi uma taxa de juros bizarra como essa no inicio dos anos 2000 que iniciou todo o processo especulativo que levou à Crise em 2008. Mantê-la por mto tempo é perigoso…

Em 2002, também ano eleitoral, o dólar chegou ao entorno dos R$4 em função do chamado “risco-Lula”… mas o contexto cambial da época (com o real desvalorizado) ajudou o Brasil a voltar a crescer a partir de 2004. Começou baseado em exportações mas o efeito positivo foi aos poucos se alastrando por diversas indústrias nacionais e possibilitando o crescimento que vimos entre os anos de 2007-2010 que provavelmente só não foi maior justamente por causa da crise financeira nos EUA.

Vemos agora novamente essa tendência de alta no dólar, recuperação americana… os efeitos positivos são imensos embora haja certo pessimismo por aí. O dólar mais caro deve derrubar a Bolsa a um nível ainda mais atraente, e uma recuperação no futuro pode repetir algo que ocorreu durante os anos 2000, onde a Bolsa brasileira subiu muito.

Mas é preciso estar atento, no Brasil um dólar mais alto gerará uma pressão inflacionária maior que será um desafio até por conta dos desajustes fiscais do governo. Nos EUA será muito importante que não ocorra algo semelhante com o que aconteceu nos anos 2004-2006, uma explosão irracional de euforia… torcemos que o Fed, o mercado e os cidadãos comuns por lá tenham aprendido a lição. E por aqui, bem… por aqui, uma previsão para o contexto macroeconômico a despeito das especulações – mtas vezes exageradas – em torno do resultado das urnas.

Vamos que vamos!!

Abraços!

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