10 a cada 10 economistas apostam que 2015 será um ano difícil. A desaceleração prevista de China, Brasil e principalmente Rússia deve acentuar o fim do ciclo de protagonismo dos BRICs – ao menos por enquanto. No lado positivo, os EUA voltarão ao papel principal da economia.
Economia Real
Está prometida há um tempo a alta dos juros americanos. Isso deve, enfim ocorrer, alterando um pouco a estrutura da política monetária mundial.
O Brasil promete tentar arrumar a casa em 2015. Depois de tantos desajustes causados em períodos de calmaria será bem mais difícil arrumar agora com a quantidade de desafios no ano. Entre estes desafios estão a desvalorização do real, a pressão da inflação – principalmente pelos preços administrados – aperto monetário e fiscal, risco de crise energética e queda nos preços das commodities… ufa! Mta coisa… novamente o trabalho ruim do ajuste sobra pro economista liberal… (depois da gastança desenvolvimentista, geralmente mais popular, afinal quem não gosta de aumento de salário, entre outros?)
Equipe econômica nova
Uma incógnita para 2015 é a presença dos ministros Levy e Barbosa. Será que eles terão liberdade de gestão? A próprio indicação de ambos é um bom sinal.
Mas o comportamento do Governo nesse finalzinho de 2014, mantendo os antigos vícios, me lembra aquela dieta que começará só em 2015. Enquanto 2015 não chega, vamos nos acabar de comer…
Inflação
O dragão despertou. As apostas para o IPCA de 2015 superam o teto da meta, que, ao meu ver, já é alto. Os preços administrados foram represados durante toda a gestão Mantega e precisam ser reajustados o quanto antes. Talvez tenhamos que sacrificar o IPCA deste ano que virá visando um ajuste sólido de longo prazo. Uma pena termos que passar por este risco novamente, mas enfim…
O lado “bom”, curiosamente, é que o Brasil não deve crescer e isso deve ajudar o controle da inflação. Este é o ponto em que chegamos…
A inflação será pressionada pelo dólar mais alto, reajuste de preços represados e o efeito indexador da inflação de 2014.
Câmbio
Pela primeira vez em anos acredito que o dólar esteja próximo ao seu valor intrínseco. A expectativa de ajuste monetário nos EUA, e o desajuste fiscal no Brasil parecem ter corrigido essa bizarrice cambial que passamos nos últimos anos.
Não espero uma grande desvalorização do real em 2015. Mas com câmbio não se brinca, tudo vai depender do que acontecerá com o Brasil e os EUA este ano. É vago, mas o melhor retrato das expectativas para o ano que vem… afinal, alguém vai se surpreender se o dólar passar de R$3 em 2015? Vai se surpreender se ele voltar pra R$2,40? Enfim, tudo é possível mesmo achando que o patamar real seria entre R$2,60 e 2,80!
Títulos do Tesouro
A bolsa brasileira já está bem barata. Como disse no ano passado, a expectativa é boa para o longo prazo.Num prazo mais curto, a bolsa deverá ser refém do comportamento cambial e a insegurança gerada no Governo Dilma.E Petrobras? Tá barata? Parece que sim… pode ser que de certo, mas lembro que Oi, OGX etc também pareceram baratas um dia. Hoje, poucos apostam que voltam ao preço de outrora. É verdade que a Petrobras é diferente, é uma empresa do Governo etc… mas vale um pé atrás. Se Petrobras nunca voltar ao patamar de antes não vai ter sido a primeira vez. Ou seja, se tiver a fim de risco, vá em frente! Se quiser mais segurança, compra um ETF, diversificando o risco.
Imóveis
Pode ser uma boa hora para comprar visando o longo prazo. Vale lembrar que imóveis não são negociados em Bolsa, logo, não tem um preço de mercado muito claro. É diferente de uma ação PN da Vale que é igual a qualquer outra ação PN da Vale. Cada imóvel é de um jeito… barato, caro… é tudo muito subjetivo. Sempre há possibilidade de fazer bons ou maus negócios.O preço dos imóveis continua sem muita margem para subir acima da inflação. Os juros estão mais altos, o país não cresce, as famílias mais endividadas.
Outros Investimentos
Se a NTN-B é meu investimento favorito para 2015 visando o longo prazo, as LCIs são favoritas no médio prazo e os CDBs do curto prazo. É o ano da renda fixa!