É sempre complicado falar de futuro. Quase tiro no pé. Mas se hoje olharmos para frente, projetamos uma década economicamente complicada, de crescimento mais baixo.
Os BRICs devem crescer menos. A China, o motor do mundo, está pisando no freio aos poucos e essa parece ser a melhor das hipóteses. No pior cenário, um estouro de bolha (financeira e/ou imobiliária) chinesa pode até levar o mundo a uma nova crise econômica grave.
O Brasil, a menina dos olhos de alguns anos atrás, precisa se reinventar. Depois de anos de política econômica errada, estamos pagando o preço agora, lutando contra uma inflação alta e crescimento baixo. Com enorme déficit estrutural, o desafio é aumentar a produtividade para encarar a competição neste novo mundo. Os anos 2000 foram bons porque a China, crescendo muito, demandava muitas commodities, cujos preços em geral, subiram muito. Com a redução no passo do crescimento chinês, o desafio do Brasil é alterar uma matriz econômica baseada em matérias primas.
A situação da economia russa, atualmente, é ainda mais complicada. A economia do país é baseada na exploração de petróleo e gás, cuja cotação internacional despencou nos últimos meses. Além disso, questões políticas relativas a sanções na Ucrânia contribuem para a redução da atividade economia do país. A previsão é de que o PIB russo deva cair mais de 3% neste ano e crescer menos de 1% em 2016.
A única que se salva do desastre é a Índia. O país pode ser “a China da próxima década”. A expectativa é que as iniciativas para remover burocracias e melhorar a infraestrutura e o ambiente de negócios reduzam custos, aumentem a produtividade e atraiam investimentos. A queda dos preços das commodities, que atrapalha o Brasil, ajuda a Índia ao aliviar a inflação, dando margem para que o Banco Central corte os juros. O preço mais baixo do barril de petróleo, que dificulta a vida da Rússia, libera recursos indianos para serem usados em outras áreas, já que o país é importador de petróleo.
Além disso, EUA e Europa devem enfrentar muitos desafios daqui para frente. Os EUA até têm crescido mas a custa de uma política monetária “bombada”. Muitas dúvidas sobre o que acontecerá com a economia do país: o Fed vai conseguir subir os juros? Com o dólar mais alto, a economia do EUA vai conseguir continuar crescendo? Como o país vai se comportar com a economia chinesa desacelerando? Promete não ser fácil mas em se tratando dos EUA, eles sempre acabam arrumando um jeito… é melhor torcer para que dessa vez não seja diferente.
Já a Europa, mesmo a injeção de liquidez do BCE não tem sido capaz de apresentar os resultados positivos que se espera apesar de provavelmente continuar sendo a zona economicamente mais intensa do mundo. Mas até quando?
Então, o que os economistas veem, de forma quase unânime, é tempos menos prósperos do que os que acabaram de passar. É verdade que, no Brasil, o primeiro governo Dilma errou feio na economia, mas não é só isso. Todo o cenário econômico internacional mudou.
O futuro sempre reserva surpresas e vamos torcer para que elas sejam positivas!
A todos, um grande abraço!