A culpa é da Dilma!

No dia 14/09/2015, a equipe econômica do Governo anunciou um pacote de medidas – aumento de impostos e redução de despesas – que buscam transformar o orçamentário deficitário de 2016 em superávit.

Por um lado, a medida é boa, já que endereça uma dificuldade econômica real: o dinheiro acabou e isso não traz benefícios a ninguém. Por mais que aumento de tributos não seja popular em nenhum lugar no mundo, em casos extremos (como este) a população tende a compreender o esforço que a sociedade como um todo tem que fazer para superar uma crise. E vamos lá, a crise não ajuda a ninguém, independente do seu partido político ou da sua profissão.

Mas por outro lado, que legitimidade tem um Governo que já provou ser uma negação em termos de gestão em vir pedir ao povo que se sensibilize por uma situação caótica que foi causada por ele mesmo? Um Governo perdulário, ineficiente, que traz incertezas e riscos ao mercado? A decepção é o sentimento que fica já que a conta de tantos erros e incompetência acaba recaindo sobre o povo.

É uma situação complicada que vivemos hoje porque o que o Brasil precisa hoje é de medidas impopulares. Não é uma escolha mas o único caminho. Só que o Governo não tem o apoio do povo. Não tem o apoio do Congresso. Não tem o apoio da base aliada. Agora a culpa que já foi do FHC e da “Crise Externa”, é do Cunha. Do Governo? Jamais! E a Lava-Jato? Também não é culpa da presidenta, certo?

Um requisito essencial a um bom líder é assumir as responsabilidades, entender que o erro de quem responde a você, é também, em certa medida seu. Estamos desgovernados. Se ninguém tem culpa, ninguém tem responsabilidade, ninguém é líder.

O Cunha não veio do nada, ele praticamente foi posto lá pela Dilma. Ele é apenas uma consequência da perda do apoio do governo na Câmara. Durante a campanha eleitoral, Dilma acusou Aécio de praticar a agenda neoliberal de subir juros, aumentar impostos, cortar gastos etc – coisas que ao eleger ela, o Brasil se livraria. Acusou Marina Silva, uma ex-seringueira, ex-empregada doméstica que aprendeu a ler aos 16 anos de idade de ser defensora dos interesses dos bancos.

O PT fez uma campanha suja, mentirosa e antidemocrática. Negou a notícia ruim sobre o que precisava ser feito e o resultado foi a ruptura de qualquer relação tanto com a oposição como acabou por abalar também as relações com a própria base aliada que se sentiu traída por ter acreditado no que era proposto na sonsa campanha eleitoral.

Mas mesmo assim, Dilma ganhou as eleições de mais baixo nível desde Collor, devido ao eficiente marketing petista. Aliás a propaganda é tão forte que muitos veem a Lava Jato como um mérito e não a vergonha que de fato é para o PT. Neste Governo estão sendo pegos os corruptos, isso é bom! O problema é que toda esta corrupção rolou solta durante muito tempo na Petrobras exatamente no momento em que… adivinhem quem era a presidenta do Conselho da empresa?

Um paralelo seria um bandido chegar na delegacia e dizer “eu roubei, matei e estuprei mas olha que maneiro, eu vim aqui e contei para vocês e é a primeira vez que um bandido faz isso” e por isso virar herói. Convenhamos, temos que tirar mesmo o chapéu para o marketing do PT.

A PF no Governo Dilma está de fato limpando o tapete, mas o que estão encontrando é toda a sujeira varrida para lá durante o governo deles mesmo!!! “Ahhh, mas sempre houve corrupção. É que nunca descobriam” mas para o desavisado, a Lava Jato é simplesmente um dos maiores escândalos de corrupção do mundo em toda a história! E se acha que ninguém nunca foi pego, deve ter esquecido do Collor na época presidente da república do Brasil, muito antes do PT assumir o governo. Bem, na atual gestão nenhum presidente ou ex-presidente foi pego ainda.

E agora estamos nós aqui… o Governo pede mais dinheiro e o Congresso vai ser pressionado pela população. Uma decisão difícil. Se não ajustarmos as contas, o Brasil vai para o buraco. Se ajustarmos, estaremos sendo cúmplices da má gestão da presidenta Dilma. A decisão no fundo está com a gente… e se der errado, aí meus amigos, “a culpa vai ser nossa”.

Até a próxima!