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Segunda-feira, 9 de maio de 2016. Chego no trabalho para mais um dia atarefado. Tinha entregas complexas para uma semana importante na minha área. No entorno, no entanto, gerentes em reunião com seus superiores. De 8h da manhã de segunda a 18h de sexta, milhares de pessoas perderam seus empregos. Famílias que perderam muitas vezes suas únicas fontes de renda. Clima tenso, muito choro, muita gente consolando no corredor. Gerentes arrasados pela obrigação. Foi embora o rapaz que sentava ao meu lado, tbm foi uma companheira diária de almoço, outra usual de café…

Uma analogia ao pensamento de Stalin, a demissão de uma pessoa pode ser uma tragédia. A demissão de milhões é estatística. Hoje no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas estão sem emprego.

O que fazer agora? Sentar e chorar? Por um tempo, sim. Culpar sua empresa, seu chefe, seu colega que ficou? Culpar a política econômica de Dilma? Não é o melhor. De todo momento difícil temos que tirar aprendizado. Momento de reflexão para o desempregado “o que poderia ter feito diferente antes?” e para quem ainda possui emprego “o que fazer para não passar por isso?”

O momento atual é de focar no trabalho, se especializar mais, produzir mais. Estude mais. O que está ocorrendo no mercado de trabalho brasileiro é um darwinismo profissional. Aproveite cursos gratuitos online. Informações disponibilizadas de forma gratuita na internet. Acredite, conhecimento quando aplicado é muito mais valioso que apenas um certificado.

Reduza seu padrão de vida. É hora de reduzir os jantares em restaurantes caros, de diminuir as viagens internacionais ou ao menos seus custos. Reveja seu plano de telefone celular (telefonia é um dos raros serviços em que os planos mais antigos costumam ser mais caros que os novos). Economize energia. Troque produtos mais caros por mais baratos nos supermercados. Use mais sua bicicleta. Não é o melhor melhor momento para se endividar na compra de um novo carro. Uma nova casa, só se você tiver uma forte reserva, se for para se endividar, é melhor esperar um pouco. Mas também não é um bom momento para vender imóvel.

Aumente sua reserva de segurança. Reservas equivalentes a 6 meses talvez não sejam mais o suficiente neste momento. Os riscos de uma demissão aumentaram muito. Não só. Além disso, a chance de conseguir voltar ao mercado de trabalho diminuiu muito. Quem consegue, acaba recebendo menos do que ganhava antes. Isso não vale apenas para quem é assalariado. Empresários estão sofrendo ainda mais e se ainda não estão, ao menos a luz amarela deve estar acesa. Até aposentados pelo Estado do Rio estão sem receber. O que pode acontecer no futuro? Quem sabe?

Então se você ainda tem uma fonte de renda, prepare-se. Diversifique seus investimentos. Privilegie produtos seguros e com alta liquidez. Tesouro Selic, CDBs, Fundos DI, de Renda Fixa e de Curto Prazo, e até, a Caderneta de Poupança.

Tenha um plano de back up, caso algo aconteça. Uma pós graduação no exterior pode ser uma boa ideia. Se esta for sua vontade, comece a se preparar para isto já. Países como Portugal, Espanha, França, Holanda e Alemanha oferecem cursos de qualidade com preços que podem ser menores que 300 euros ao ano. Não fala francês, holandês e nem alemão? Não se preocupe. Estes países oferecem um número altíssimo de cursos inteiramente em inglês. Não fala inglês? Aprender pode ser um bom investimento no momento.

E se estudar não for o que você deseja, países como Canadá e Nova Zelândia oferecem oportunidades de trabalho para brasileiros a fim de produzir. São países com qualidade de vida altíssima e com necessidade de mão de obra.

O que não dá é ignorar que o que ocorre lá fora é provavelmente a maior crise econômica da história recente do país. Quando ela vai acabar ninguém sabe ao certo. Depois, lamentar e dizer que foi apenas mais uma vítima da crise é ao mesmo tempo fácil e difícil. Foco na solução e não no problema. A crise existe. A pergunta é “o que fazer?”.

Prepare-se. Tome as rédeas do seu destino. Ele não depende só de você. Mas nem por isso, ele depende muito de você.

A todos, um grande abraço!

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