efeito borboleta

O bater de asas de uma borboleta pode influenciar o curso natural das coisas, sendo capaz até de provocar um tufão do outro lado do mundo.

A definição básica de economia é: a ciência que estuda a escassez. Pode parecer muito simples ou resumido, mas este é realmente o básico para entender economia.

Ao contrário dos que acreditam que a riqueza é ilimitada, criada pelo Estado e produzida na Casa da Moeda ali em Santa Cruz no Rio de Janeiro, um economista entende que a riqueza é gerada, produzida através dos esforços dos cidadãos.

Muitas vezes, na busca pela criação de riqueza e bem-estar, nos deparamos com situações conflitantes onde é necessário escolher um caminho em que para melhorar um aspecto será preciso abrir mão de outro.

A este tipo de situação, chamamos de Trade-off , que se caracteriza por uma ação econômica que visa a resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. No português de rua, diríamos que em economia muitas vezes o cobertor é curto, para cobrir o peito, é necessário deixar os pés descobertos.

Então, apesar de todos querermos aumentar a riqueza, trabalhar menos e ter mais qualidade de vida, ter mais acesso a bens para todas as classes sociais, nos aposentarmos cedo, termos acesso à educação e saúde de qualidade, comermos apenas orgânicos, acabar com a fome no fundo, acabar com o desemprego, controlar a inflação etc. muitos destes objetivos são atrapalhados ou anulados por outros.

Por exemplo, para aumentarmos a riqueza de um país, será necessário produzir mais. Para isto, trabalhar mais é a resposta mais evidente e possível no curto prazo.

Uma relação de trade-off clássico tanto em economia como em finanças pessoais, é a relação curto-longo prazo. Muitas vezes, estimular o crescimento econômico no curto prazo pode acarretar em uma recessão duradoura no longo prazo. Este é um dos grandes desafios relacionados a governos populistas em que para atender anseios imediatistas da população, líderes políticos acabam comprometendo o desenvolvimento de países no longo prazo, alongando a situação de pobreza. 

Por outro lado, programas de austeridade econômica, apesar de causarem recessões no curto prazo, tendem a possibilitar o crescimento sustentável ao longo dos anos. 

O mesmo vale para as famílias: economizar e investir no curto prazo podem estar relacionados a perda de qualidade de vida no curto prazo mas pode possibilitar a melhora significativa no padrão de vida no longo prazo.

Ou seja, dizemos sempre que não existe almoço grátis. Sempre há um custo a se pagar, sempre há algo em que temos que abrir mão para conseguir algo em troca.

Existem diversos trade-offs em economia. Um clássico é Inflação x Desemprego. Quanto maior a inflação, menor tende a ser o desemprego, demonstrado pela Curva de Laffer.

Outro exemplo, é Salário Mínimo x Desemprego. Imaginemos que um Governo decida subitamente aumentar de forma significativa o salário mínimo e os benefícios empregatícios de um país. Um efeito colateral óbvio tenderá a ser o aumento do desemprego e da informalidade neste país. Como consequência, alguns dos empregados que antes eram formalizados se tornariam ou informais ou perderiam os seus empregos. Apesar da intenção do Governo daquele país ser das melhores: buscar reduzir a desigualdade social, sem querer, ele acabou por aumentar exponencialmente esta desigualdade.

Erros como este podem levar um país a décadas de estagnação. Como disse antes, o mesmo que ocorre com a economia de um país, ocorre também nas finanças familiares. É uma espécie de efeito-borboleta, onde uma decisão acarreta outras consequências nem sempre calculadas. 

Conhecer a existência de trade offs seja na economia como um todo, seja em sua vida financeira pessoal é um passo chave.

A todos um grande abraço!

Riko Assumpção

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