“Pressão pode ser definida como a intensidade de uma força atuante F numa determinada área S, onde P = F/S.

Ou seja, quanto menor a área, maior será a pressão exercida por uma força.”

Num dos últimos artigos, falei sobre como a alta oferta de diversão e lazer atualmente acaba por nos impactar causando a impressão de que o tempo trabalhado é maior e mais árduo. Isto devido ao que em economia chamamos de custo de oportunidade.

Mas não seria justo dizer que toda esta sensação de esforço e estresse se deva unicamente a isto.

Na verdade, conforme o tempo vai passando, trabalho e estresse tem se tornado cada vez mais sinônimos.

A era de trabalhos operacionais acabou. Hoje não é mais necessário um trabalhador para bater martelos repetidamente durante todo o dia numa fábrica, ao melhor estilo “Tempos Modernos” de Chaplin.

O mundo mudou.

As máquinas substituíram trabalhos intelectualmente “fáceis” e repetitivos, sobrando ao homem as missões mais difíceis, os problemas com soluções complexas e estressantes.

A gente pode até não trabalhar mais 16 horas por dia, 7 dias por semana no campo, mas estamos conectados a todo o tempo recebendo excesso de estímulos…

Eu acredito fortemente que este novo mundo seja melhor. Nele, existem menos pessoas com fome, mais gente na escola, as pessoas estão vivendo mais. Acredite, neste novo mundo existe mais PAZ. Difícil realizar isto quando se mora no Rio de Janeiro. Ou mesmo quando se acompanha toda a parafernália midiática em torno de atentados terroristas. Mas é verdade.

Vivemos a era da produtividade. Fazer mais com menos.

E estamos conseguindo. Fazemos cada vez mais em cada vez menos tempo….

… Como resultado, é maior a pressão no trabalho.

E mesmo quando o trabalho é operacional, hoje a pressão por fazer mais em menos tempo é enorme.

Pressão. Por isso a fórmula lá no começo do texto. É exatamente isso. Em física, uma maior pressão significa cada vez mais força em uma área cada vez menor. Em economia é cada vez mais produção em cada vez menos tempo.

Só que nós chamamos de produtividade.

Produtividade nos países desenvolvidos

No Brasil todo mercado ainda tem um funcionário no caixa, há sempre um frentista num posto de gasolina, um cobrador no pedágio ou num balcão para pagar o estacionamento. Sabe-se lá até quando.

Os motivos são variados, passando por leis que obrigam estabelecimentos a manterem empregados mesmo que sua função não seja necessária. Mas o básico mesmo é a educação. É ela o principal vetor capaz de aumentar a produtividade do trabalhador. No Brasil, ela (a produtividade) está estagnada nas últimas décadas. E muito longe da dos países desenvolvidos.

P0 Self Check Out - US
Cliente no supermercado escaneia os próprios produtos e paga direto na máquina sem interação com nenhum atendente.

P0 produtividade

O gráfico acima mostra o comportamento da produtividade nas principais economias do mundo ocidental nas últimas décadas. Ela aumentou e muito em todas elas.

No mundo como um todo, produz-se mais por hora. Cada vez mais.

P0 horas trabalhadas

E de modo geral, trabalha-se menos que no passado. Bem menos. Principalmente na Alemanha e na França, exatamente os países onde no gráfico anterior a produtividade mais evoluiu. Como a mão de obra é cara nestes países, investe-se altamente em tecnologia. Com isto, produz-se mais riqueza com cada vez menos horas trabalhadas.

Só que as horas trabalhadas concentram todos os problemas que as máquinas não são capazes de resolver.

De acordo com a maior seguradora alemã, AOK, 10% das faltas de trabalho relacionadas a doenças em 2010 se deviam a doenças psicológicas, 9 vezes o número que era em 2004.

Na França, 35 funcionários da France Telecom se suicidaram entre 2008 e 2009 devido ao excesso de trabalho. Numa pesquisa feita no Reino Unido, 80% dos diretores de RH diziam ter medo de perder seus principais funcionários por burnout.

Não é o tempo trabalhado o motivo do stress. É possível até trabalhar por jornadas maiores e viver com mais qualidade de vida, acredite. É a pressão por resultados o real motivador. São pessoas preparadas, com alto nível de estudo e orientadas ao resultado.

Para encerrar, nem todo o estresse é ruim. O excesso sim, mas na medida correta até o estresse tem sua função social.

Como disse no início, é provável que hoje nos estressemos mais que no passado, mas é o custo que pagamos pelos avanços na produção mundial.

Estou convencido de que estamos no caminho certo, agora só temos que encontrar um equilíbrio.

A todos, um grande abraço!

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