Falta apenas uma semana e o assunto so pode ser este…
eleições 2018.
Tudo indica que
o segundo turno vai ser entre o PT e o Bolsonaro. Parece surpreendente, mas se parar só um pouco para pensar, não é tanto assim.
Centro dividido
Alckmin, Henrique Meirelles, Alvaro Dias, Marina e João Amoedo, juntos tinham mais de 30% dos votos. Aos poucos foram perdendo para os “votos úteis”.
A fragmentação do Centro levou o país aos extremos.
Nível de maturidade eleitoral brasileira
Ele sim.
Ele não.
Ele sim.
Ele não.
Além dos ‘turndownforwhat’s e ‘lacrou’s da vida…
Não parece muito mais maduro que isso, né?
E por falar #nele…
Já disse aqui antes e volto a repetir, não é meu candidato. Honestidade é sim importante e o Bolsonaro é um cara bem transparente, fala o que pensa… isso pode causar certa empatia.
Eu mesmo assisti várias vezes suas entrevistas porque muitas vezes são divertidas, espontâneas… tb acho graça das tiradas em perguntas estúpidas dos jornalistas.
Mas, sinceramente, para presidir um país com a complexidade que tem o Brasil, é preciso muito mais do que simplesmente espontaneidade e saber dar “forinha” em jornalista.
Aqui os 4 pontos que julgo essenciais na hora de escolher um presidente:
1. Desenvoltura política
É importante ser um bom político, ter capacidade de dialogar com diferentes visões e ter a maturidade (aquela que falta à maior parte do povo) de entender a diferença entre adversários e inimigos.
29 anos como deputado, líder disparado nas pesquisas de intenção de votos e mesmo com tudo isso, foi incapaz de atrair partidos para uma coligação além de toda a dificuldade para conseguir encontrar um vice.
Até hoje, Bolsonaro ainda não mostrou que será capaz de governar um pais dividido politicamente. Muito menos como ira fazer para aprovar medidas duras que serão necessárias para o futuro do país estando isolado politicamente já desde a sua candidatura.
O problema é mais embaixo
Curiosamente, para seus eleitores, isso é um ponto positivo para ele. O brasileiro diz gostar de democracia, mas tem uma dificuldade enorme em entender o que de fato ela é.
Faz parte da política democrática, e é desejável que assim seja, dialogar com os demais partidos com ideologias diferentes da sua.
Em muitos momentos é preciso ceder, em outros não. As decisões são tomadas através de negociação, de discussão. Uma democracia se faz com pluralidade de visões e com respeito às diferentes opiniões.
O brasileiro em geral tem um desprezo enorme pelo Congresso Nacional, um dos maiores símbolos da democracia, os representantes do povo.
Mas a verdade é que o desprezo é pela opinião dos outros.
No Brasil só a sua opinião vale.
Se tem algo que esta eleição mostra claramente é isso.
O problema do Brasil é o brasileiro. Nisso todos concordam…
So que brasileiros são sempre só os outros…
2. Capacidade de execução
O Bolsonaro é um líder popular apesar de (comprovadamente) não ser um líder político. Agora, quanto à sua capacidade de ser um executor, isso ninguém sabe. Nunca ocupou nenhum Ministério, nunca ocupou cargo no Executivo, não é empresário… ou seja, não há nenhuma experiência em gestão.
Nenhuma.
Vendo de longe é como se estivéssemos cotando o estagiário para CEO da empresa.
Quando perguntado pelos jornalistas se ele, honestamente, se sentia pronto para dirigir o Brasil, sua resposta foi: “Dilma e Lula não dirigiram?”
Eu não sei o que ele quis dizer com isso, mas sinceramente é de dar calafrios.
3. Plano de Governo
Neste aspecto, entre os planos que li, apesar de extenso e pouco detalhado, achei o do Bolsonaro realmente muito bom. Muito do que esta ali, me agrada. Especialmente no Plano Econômico.
Um bom programa de Governo é chave para ganhar meu voto e é por isso que tenho postado aqui um bloco de idéias para o Brasil.
Só que uma coisa é o plano ser bom. Outra é acreditar que o candidato será capaz de executa-lo bem. Para isso, os itens 1 e 2 são fundamentais.
E apesar do Programa do Bolsonaro ser bom, eu desconfio que ele não o tenha lido. Nas entrevistas que deu, só disse barbaridades sobre economia mostrando um desconhecimento total para alguém que durante anos tem votado o orçamento nacional.
Contradisse o que diz Paulo Guedes diversas vezes.
É muita incerteza, um tiro no escuro.
Ainda mais se considerarmos seu histórico de votação no Congresso em questões importantes para o Brasil como o Plano Real, apenas para citar um unico exem exemplo.
Bolsonaro diz não precisar saber sobre economia, como tb não precisa saber sobre saúde ou educação…
Realmente ele não precisa saber tudo isso… mas também não precisa ser candidato a Presidente da Republica, porque essa função é para quem se interessa por esse tipo de coisa.
4. Apenas um funcionario publico
Este quarto ponto é quase uma utopia no Brasil atual, mas no meio de lulistas e bolsonaristas, eu ainda sonho em ver um presidente sendo tratado apenas como o que é: um funcionario publico, um humano que, por melhor gestor que deva ser, errara.
Quero um bom gestor, como um bom sindico para esse condominio chamado Brasil. Nada de “mitos” e nem de “Guerreiros do Povo Brasileiro“.
Pessoas normais, apenas, que percam seu emprego com normalidade caso não cumpram a lei de Responsabilidade Fiscal. Sem fanaticos marchando pela rua bradando ser golpe.
Alguém que eu possa vir criticar aqui no blog, como estou fazendo hoje, so que com a certeza (que hoje não tenho) de que não serei xingado ou ofendido por apresentar minha opinião.
É que “você não gosta do PT”?
Nem eu.
Mas o meu ponto é que tudo o que o PT precisa é de um presidente mais incompetente que eles.
O Brasil durante anos foi manco para a esquerda, sem nenhum partido de direita disputando eleição de forma relevante.
Eh bom para a democracia que haja um equilibrio.
Uma ma performance da direita pode jogar tudo isso no lixo.
Então como pode?
Vejo todos esses votos no Bolsonaro pelos principais motivos:
- Birra com a esquerda: uma forma de mostrar que não concorda com seus valores;
- Voto reprimido: ha anos o eleitor mais conservador não tinha em quem votar e finalmente aparece um; E o principal motivo ao meu ver:
- A esperança de que a ordem volte a ser um valor no Brasil.
Vão me chamar de “esquerdista”
Tudo bem, posso até ser mesmo.
E esse é o novo xingamento dos Bolsonaristas.
Segundo eles:
- A Globo é de esquerda
- A Folha é de esquerda
- A The Economist é de esquerda
- O Papa é de esquerda
- O João Amoedo é de esquerda
- O Reinaldo Azevedo é de esquerda
- O Nazismo é de esquerda
E mais recentemente agora até a Veja virou de esquerda…
ou qualquer um que eventualmente tenha criticas ao Bolsonaro…
Ja tinha visto isso em algum lugar
- A Globo é fascista
- A Folha é fascista
- A The Economist é fascista
- A Igreja é fascista
- O João Amoedo é fascista
- O Reinaldo Azevedo é fascista
- O Nazismo é … bem, até ai…
De novo não!
Tudo indica que no final teremos que escolher entre a extrema esquerda e a extrema direita.
E com todas as criticas que eu possa ter ao Bolsonaro, na minha vida tenho um lema que uso constantemente: é melhor cometer erros novos do que repetir os mesmos.
O PT de novo, simplesmente não da.
Eh o caso raro em que é melhor o incerto do que o certo.
E quem escolhe somos nos
A maioria não quer Bolsonaro. A maioria não quer Haddad. E, paradoxalmente, a rejeição a um faz o outro crescer.
Uma eleição estranha, com os dois candidatos que estão liderando as pesquisas, com os índices de rejeição maiores do que suas intenções de voto…
A maior ironia dessa eleição
é justamente que, no fim, o voto no Bolsonaro no 1º turno é q pode entregar o país ao PT…
A política no Brasil é como Caverna do Dragão. Estamos presos no mundo do PT, tentando encontrar a saida.. mas aconselhados pelo Mestre dos Magos q no fim, não quer nos deixar sair.
E com essa confusão toda,
as vezes acho que o mais sensato é o Cabo Daciolo, que no meio disso tudo, subiu o monte para rezar a Deus.
Pois é do que vamos precisar.
E muito.
Gloria a Deux.
Até a proxima!
Riko Assumpção
henriquecer.com 