Neste post queria convidá-los a olhar a liberdade como a verdadeira riqueza. Muito mais do que simplesmente bens e ativos financeiros, a liberdade compreende independência e tempo disponível, tão escasso nos dias de hoje.
A liberdade não deve ser simplesmente exigida, mas CONQUISTADA com esforço, inteligência, humildade, disciplina e paciência. E sempre de maneira honesta, é claro.
Refém do status: o mimo VS. provar algo a alguém.
Comprar um carrão, ter uma mansão na beira da praia, viajar de primeira classe… quem não gostaria?
No entanto, querer nem sempre é poder.
Ao menos não no curto prazo. O desejo é uma ferramenta poderosa quando combinada com planejamento e ação, mas sozinha não passa de mero sonho.
O problema é que muita gente atinge um certo status de maneira não sustentavel, tendo que devolver muito dele na frente – o que é doloroso.
O endividamento é um dos meios mais básicos de se enrolar para manter alguns luxos, mas não é o único. Consumir luxo sem ter uma reserva de segurança e nem investir na aposentadoria podem te levar do luxo ao lixo em pouco tempo.
Com o codinome “conforto”, o luxo pode tornar o individuo dependente a ele.
Pobre em liberdade.
A verdade é que mesmo sem admitir, em algum grau, todos somos reféns de 2 sentimentos perigosos:
i) O mimo
“Vou jantar neste restaurante caro porque afinal, ando trabalhando tanto que mereço”
Merece mesmo? Se sim, não há nada de errado nisso. Mas simplesmente trabalhar demais não te faz merecer. Ter uma situação financeira que te permita esse luxo, sim. Não tenha pena de si proprio e nem mime você mesmo, seja realista. Infelizmente, na vida, o esforço por si só não significa sucesso. Ele é um dos caminhos que pode nos levar lá quando combinado com outras coisas, mas é preciso mais.
ii) Você quer provar algo para alguém
As vezes seu orçamento até comportaria você morar num apartamento melhor ou ter um carro do ano, mas o preço disso pode ser você parar de investir, sacrificar sua aposentadoria ou reserva de segurança. Ou seja, você troca sua saúde financeira pelo luxo. Dessa maneira, você pode acabar se tornando refém do status. No mais, sem um colchão de segurança financeira, você pode ver tudo isso ruir em muito pouco tempo.
Grau de independência como medida de riqueza
Neste sentido, proponho como real medida de riqueza a liberdade. Liberte-se desse vício de mimar a si mesmo, de tentar provar o tempo todo algo a alguém, de manter um status que não pode sustentar de maneira financeiramente saudável.
Quem é mais rico: a) o João Rodolfo que tem um patrimônio de R$100 mil e gasta em média R$50 mil por mês ou b) Chiquinho com patrimônio do R$ 20 mil e gastos mensais de R$2 mil?
Pela forma tradicional, João Rodolfo com um patrimônio maior, seria considerado mais rico.
Mas minha proposta é ir além.
Ora, se a verdadeira medida de riqueza é a liberdade. João Rodolfo caso perca sua fonte de renda, poderá com todo seu patrimônio manter seu padrão de vida por apenas 2 meses. Já Chiquinho, mesmo tendo apenas 1/5 do patrimônio de João Rodolfo, pode manter seu padrão de vida por 10 meses. Chiquinho tem independência financeira maior.
No conceito tradicional, riqueza é medida apenas em função do patrimônio que o indivíduo possui. O que proponho é ajustar esse conceito ajustando seu patrimônio ao seu padrão de gastos.
Quanto tempo você consegue viver sem trabalhar ou de forma mais ampla, sem renda?
Essa medida inclui na medida algo que a tradicional ignora: a inteligência financeira. Mais gastos não significam melhor padrão de vida. É importante lembrar que muitas pessoas, por desconhecimento ou maus hábitos, desperdiçam muito dinheiro. Outros, fazem melhor uso do dinheiro e conseguem proporcionar a si próprios e a família padrão de vida mais elevado com menos dinheiro.
Índice de Cobertura
Há alguns graus de se medir a liberdade financeira. Como este post trata de medida de riqueza, acredito que o melhor índice seja o de Cobertura Patrimonial. Fórmula: (Patrimônio total)/(Despesas Médias Mensais). Quanto maior o índice, mais independência, ou seja, rico você é.
Tempo é dinheiro
Nosso tempo é limitado, e ao meu ver, muito mais valioso que o luxo que consumo pode nos trazer. O tempo disponível que nosso patrimônio pode nos propiciar mede o nosso grau de liberdade financeira e é a melhor medida de riqueza.
A todos, grande abraço!!!
Riko Assumpção
– da série classicos, este artigo foi publicado originalmente em Nov/2013 –
Mais um excelente artigo, Henrique! Gostei da visão da liberdade como indicador de riqueza. Faz todo sentido! Abracos
Ótima reflexão, Riko. Sou super de acordo com seu ponto de vista. Quando à fórmula de medida financeira, não sei se é hipotética ou real, mas seria legar dizer o parâmetro: de 0 a 100, 0 a 1000, por exemplo. No mais, parabéns mais uma vez.
Fala Daniel! Valeu… A medida é em dias. A fórmula é Patrimônio total dividido por (gasto médio mensal)/30