No meu livro “E se você não morrer amanhã?” eu dedico um capítulo inteiro só a discussão dos conceitos de 2 tipos de personalidades distintas: o Sujeito e o Sujeitado, (que tive conhecimento através da consultoria Human Capital).
Grosso modo, Sujeito é o cara que foca no seu raio de atuação, no que está ao seu alcance, que busca soluções para os problemas ainda que não tenha sido ele que os tenha criado. Para o Sujeito, o foco não é no problema, mas na solução.
O Sujeitado é diferente, beem diferente… ele acredita que tudo que acontece em sua vida se deve a fatores externos. Ele reduz sua responsabilidade em sua própria vida. Se não gosta do emprego, a culpa é do chefe; se os processos não funcionam como deveriam – ao invés de buscar consertá-los – reclama que a empresa é uma zona…
O sujeitado quer que o mundo entenda todos os motivos pelo qual ele não obtém sucesso. Para tudo, há uma desculpa. Se errou, a culpa é sempre de mais alguém. (Aliás, ele adora saber de quem foi a culpa.)
Se alguém tem sucesso, “Ah, mas tbm, a família dele…”. Tudo o que o sujeitado enxerga de sucesso na vida alheia se deve a condições que ele julga serem perfeitas. Sempre na vida dos outros, nunca na dele. Deu certo? Só pode ter sido sorte!
Eu geralmente dou uma atenção especial a esse tópico porque eu acredito que muitas das pessoas que agem como sujeitados podem mudar. Quando vc se olha de fora, e reflete, você tem 2 opções: mudar ou fingir que não cabe a vc. E como eu escrevo sobre Finanças Pessoais, como posso esperar que alguém possa sentar para construir um Orçamento se ela acha que a própria vida não está sob seu controle, ou que é responsabilidade de qualquer outra pessoa no mundo, exceto delas próprias?
“Minha vida é imprevisível! Não sei onde estarei ali na frente”
O sujeitado não se vê em controle da vida.
Então, Sujeitados não fazem orçamentos, e nem farão… pelo tempo que continuarem a se esconder da responsabilidade que têm com eles mesmos.
Suas “metas” incluem ganhar na Mega Sena… é mole, o fracasso aí não está nas mãos dele… Têm sempre alguém de quem esperam ajuda – em vida ou em morte. E as desculpas são muitas: não tem dinheiro, não tem tempo, a família isso, os políticos aquilo…
Aí você entra nas redes sociais e vai encontrar um grupo de pessoas alucinadas postando tudo o que puderem sobre política. Elas estão focadas apenas em desmoralizar o que acreditam ser a raiz de todo o mal na Terra: seu adversário. Direita, esquerda, centro… quem se importa? Não importa nem de qual cidade, país, credo. As ofensas vêm de tudo quanto é lado para tudo quanto é lado.
Ultimamente tenho feito uma dieta de redes sociais justamente pela energia que elas trazem. Uma pena pq são ferramentas excepcionais para acompanhar e me sentir perto de pessoas que realmente gosto. Ver os filhos de meus amigos crescendo, pessoas felizes em suas viagens, poder participar de tudo isso mesmo estando longe… Mas já há um tempo, quanto mais eu entro, pior eu me sinto… e não é por causa do politico A, B ou C… pouco me interessa! O que me faz me sentir mal é o comportamento dessas pessoas!! Fico triste pelo oq estão fazendo com suas vidas. Elas não estão lá para discutir política, elas nem discutem, elas não tem a menor intenção de mudar sua ideologia ou entender a visão do outro. O objetivo – único – é o de ofender qualquer um que entre no seu caminho.
O que leva alguém a passar horas em frente a uma tela postando agressões contra aqueles que pensam diferente dela? Qual é o ponto? O que há de errado com essas pessoas? Eu vou te dizer o que há de errado com elas… é simples, elas sentem que a vida delas é um fracasso. Elas não tem metas, não tem planos, não têm deadlines. Me mostre alguém que passa horas xingando nas redes sociais e muito provavelmente eu vou te mostrar alguém infeliz na vida. Quando a vida é um saco, fugas são necessárias, e quanto mais você foge da vida, mais sacal ela fica…
Todo dia repassando novas ofensas em grupos de Whats-app, Instagram, Twitter, Facebook… Essas mesmas pessoas que nunca tem tempo para começar um negócio, ler um novo livro, começar um esporte ou simplesmente planejar sua vida, passam horas e horas – um dia após o outro – em discussões sem fim. Eu me pergunto se essas pessoas tivessem apenas mais uma semana de vida, elas gastariam seus últimos dias no facebook discutindo se há ou não há uma maldita girafa na Amazônia? E se eles tivessem mais três meses de vida? Três anos? Em que limite mortal a lógica e a razão fariam sentido para essas pessoas?
Só que a vida passa… pode até parecer que não vai nunca acabar quando você vive sem propósito, sem interesse, sem metas, sem planejamento… mas o tempo trata todos da mesma forma.
Quem tem objetivos ao invés de sonhos, dá valor ao tempo. Mais do que isso, sabe o valor que tem a boa energia – a energia que impulsiona e não a que rebaixa.
E afinal de contas, para essas pessoas, elas realmente acreditam estarem fazendo algo de útil com a vida delas… como toda a responsabilidade em suas vidas reside no que é “externo”, todo problema do Brasil é devido a direita para alguns ou à esquerda para outros – e para todos, o Centro.
O outro é o inimigo que deve ser enfrentado, claro! Esse é o propósito na vida que essas pessoas encontram…
Mas “discutir politica é importante”, vão dizer. Claro que é – até o momento em que você deixa de apenas expressar sua própria opinião e começa a agir que nem um alucinado numa seita exigindo que todo o mundo concorde com você!
Há 3 anos – depois de intensa pesquisa – me mudei do Brasil. E vc sabe, quando vc pesquisa esse tipo de coisa acaba conhecendo diversos grupos de diversos países do mundo – no meu caso, faço parte de grupos que vão de Brasileiros no Egito à Brasileiros na Nova Zelândia – E vc começa a perceber um comportamento comum entre algumas dessas pessoas, independente do lugar do mundo em q elas estejam: depois que saem do país, elas percebem que a vida é dura, não importa onde estejam… é preciso foco, planejamento, objetivos e, mais importante, é preciso assumir a responsabilidade que te cabe na sua própria vida. E muitas dessas pessoas nunca fizeram isso, e o que é mais triste é que elas nem parecem saber por onde começar. Elas estão perdidas! E já não pode ser mais culpa da Dilma, do Temer ou do Bolsonaro… Então, o problema que elas identificam agora na vida delas é o novo país, o seu povo, a nova cultura… elas não se encaixam e pensam no Brasil agora com saudosismo, sem lembrar que o motivo pelo qual decidiram sair é justamente porque acreditavam que todo o problema residia no país.
Elas não parecem nem supeitar que talvez – nem ao menos talvez – a atitude delas possa ter alguma coisa a ver com tudo isso.
A todos um grande abraço!
Riko A.