Para entender como funciona a cabeça dos economistas, há de se compreender o conceito básico de Custo de Oportunidade. Embora seja bem simples, é com base neste conceito que qualquer economista faz suas análises.
O Custo de Oportunidade é um termo usado em economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada. Em outras palavras, ele representa o valor associado a melhor alternativa não escolhida. Alguns exemplos de custos de oportunidade:
A) Imagine uma fábrica de cadeiras que produzia 10 cadeiras por mês num mercado que absorvia totalmente esta produção. Esta fábrica resolveu, então, iniciar uma produção de um novo produto: mesas. Porém, ao alocar recursos para tal, descobriu que terá de deixar de produzir 2 cadeiras para alimentar a demanda de 2 mesas. O custo de oportunidade está no valor perdido com a venda das 2 cadeiras que deixaram de ser fabricadas.
B) Uma cidade decide construir um hospital num terreno vazio de propriedade estatal ou pública, o custo de oportunidade é representado pela renúncia a erguer outras construções naquele terreno e com o capital investido, como uma escola ou um parque.
C) Você recebe uma herança de R$400 mil. Se você decide investir em uma Caderneta de Poupança. Seu custo de Oportunidade poderia ser o de investir em um título do Tesouro Nacional.
D) Para economizar, você mesmo resolve pintar a parede da sua casa. Para isso, abre mão de um dia de trabalho remunerado. O custo de oportunidade é a renda que você receberia caso fosse trabalhar fora ao invés de ficar em casa pintando.
Certa vez, ouvi de um conhecido que disse ter feito um bom investimento no imóvel dele, já que em 15 anos o valor do imóvel havia dobrado de valor. Como nesta época a taxa de juros estava muito alta, se ele conhecesse o conceito de Custo de Oportunidade, teria compreendido o quanto o investimento dele havia sido ruim. A oportunidade que ele tinha disponível era de aplicar os recursos e pagar aluguel.
Entender o que é custo de oportunidade é muito fácil. A dificuldade talvez seja em adotá-lo de vez em todas as suas análises financeiras. Com isso em mente, fica mais fácil você entender como:
i) um empréstimo com juros baixos pode ser bom
ii) nem sempre comprar um imóvel é uma boa decisão
iii) dinheiro que não rende também tem um custo
iv) um negócio próprio, mesmo lucrativo, pode não compensar
v) muitas vezes pagar alguém para fazer um serviço pra você pode ser mais barato
Ao se analisar um investimento, há sempre de ter em mente, que esta analise deve ser comparativa. Pagar a vista pode ser pior que a prazo: quando você paga a vista, seu custo de oportunidade é o de deixar o dinheiro investido e recebendo juros. Compare sempre os retornos e os riscos. Um investimento mais arriscado cujo retorno é menor que seu custo de oportunidade num investimento seguro raramente faz sentido¹.
A todos um forte abraço!
Riko Assumpção