“Saber o que você quer é o começo da sabedoria.” – Robert Louis Stevenson.
Sucesso é trilhar o caminho que você definiu a ser percorrido e chegar no pico que você escolheu.
Essa aqui é do Ryan Holiday em o “Ego é seu inimigo”:
No final da Guerra Civil americana, Ulysses S. Grant e seu amigo William T. Sherman eram dois dos homens mais respeitados e importantes dos EUA.
Os 2 foram uma espécie de arquitetos da vitória da União, e um país grato pelo que fizeram, deixou claro aos 2 : o que vocês quiserem, enquanto viverem, vocês terão.
Com essa liberdade à disposição, Sherman e Grant seguiram caminhos diferentes.
Sherman abominava a política e recusava repetidamente os pedidos de candidatura. “Tenho todas as patentes que quero”, disse ele. Tendo aparentemente dominado seu ego, ele mais tarde se retirou para a cidade de Nova York, onde viveu no que era, aparentemente, felicidade e contentamento.
Grant, que quase não havia expressado nenhum interesse anterior pela política e, na verdade, fora bem-sucedido como general precisamente porque não sabia fazer política, optou por buscar o cargo mais alto do país: a presidência.
Eleito por uma vitória esmagadora, ele então presidiu uma das administrações mais corruptas, e menos eficazes da história americana. Um verdadeiro horror!
Um indivíduo genuinamente bom e leal, ele não foi feito para o mundo sujo de Washington.
Ele deixou o cargo como uma figura difamada e polêmica depois de dois mandatos exaustivos, quase surpreso com o quão ruim tudo tinha sido.
Depois da presidência, Grant investiu quase todo centavo que tinha para criar uma corretora financeira com um investidor controverso chamado Ferdinand Ward.
Ward, era um Madoff de sua época, transformou a corretora em um esquema Ponzi e levou Grant à falência.
Como Sherman escreveu com empatia e compreensão por seu amigo, Grant tinha “o objetivo de rivalizar com os milionários, que teriam dado tudo de si para vencer qualquer uma de suas batalhas”.
Grant havia conquistado muito, mas para ele, não era o suficiente. Ele não conseguia decidir o que era importante – o que realmente importava – para ele. Ele nunca descobriu o seu “porquê”, o seu “objetivo” na vida.
É assim que parece ser para muito de nós: nunca estamos felizes com o que temos, e então, sem saber ao certo o que queremos, queremos o que os outros também têm.
Queremos ter mais do que todos.
Como a maior parte das pessoas não tem um objetivo claro na vida e não têm a minima ideia do que estão perseguindo, elas acabam usando os demais como um parâmetro para medir seu sucesso.
Mas sucesso em que?
Alguns até começam sabendo o que é importante para eles, mas uma vez que alcançam, perdem de vista suas prioridades.
O ego os influencia e pode os arruinar. Esse parece ter sido o caso de Grant.
Motivado pelo seu senso de honra a cobrir as dívidas da empresa, Grant fez um empréstimo usando suas valiosas lembranças de guerra como garantia.
Com a mente, o espírito e o corpo falidos, nos últimos anos de sua vida ele lutou contra um doloroso câncer na garganta e correu para terminar suas memórias para que pudesse deixar sua família com algo para viver.
Ele conseguiu, mas foi por pouco.
Da até tristeza ao pensar na vida deste herói, que morreu com apenas 63 anos em agonia e derrota, este homem franco e honesto que simplesmente não conseguiu se conter, que não conseguiu se concentrar e acabou muito fora dos limites de seu amplo gênio.
O que ele poderia ter feito com aqueles anos em vez disso? Como a América poderia ser diferente? Quanto mais ele poderia ter feito e realizado?
Ele teve tudo, mas não foi capaz de perceber o tamanho daquilo tudo.
Não que ele seja o único nesse aspecto. Todos nós regularmente dizemos “sim” à qualquer oportunidade mesmo sem pensar, por ganância ou vaidade.
Não podemos dizer “não” porque temos medo de perder algo se fizermos isso.
Achamos que o “sim” nos permitirá realizar mais, quando na realidade isso nos afasta exatamente do que buscamos.
Como nosso tempo e energia são limitados, cada “sim” dado se traduz para diversos outros “não”s que a gente talvez não se dê conta.
Isso inclui coisas que poderiam ser vitais para nossos objetivos verdadeiros.
Todos nós desperdiçamos momentos importantes das nossas vidas fazendo coisas que não gostamos, para nos mostrar para pessoas que não respeitamos e para obter coisas que a gente nem mesmo quer.
Porque nós fazemos isso?
Porque todos nós queremos acreditar que estamos bem na vida, mas na falta de objetivos claros que poderiamos usar como régua, a gente acaba usando a régua alheia.
E no final, ao invés de nos julgarmos pelo que é importante para nos, a gente se julga pelo que é importante para outros. Se é que estes outros sabem o que estão perseguindo.
O ego leva à inveja e destroi pessoas grandes ou pequenas. O ego mina a grandeza porque ilude seu detentor.
Algumas pessoas até começam com uma ideia clara do que querem na vida. Sabem o que é importante para elas.
O sucesso que alcançam, especialmente se vier mais cedo e em abundância, os coloca em um lugar incomum, porque agora, de repente, eles estão em um novo lugar e eles tem dificuldade em se orientar.
Quanto mais você percorre esse caminho de realizações, seja ele qual for, mais frequentemente você encontra outras pessoas de sucesso que o fazem se sentir insignificante.
Não importa o quão bem você esteja, seu ego e suas realizações fazem você se sentir como nada; e fazem os outros se sentirem da mesma maneira.
É um ciclo que continua ad infinitum, enquanto nosso breve tempo na terra ou a pequena janela que temos aqui, não.
Então, inconscientemente, aumentamos o ritmo para acompanhar os outros. Nos queremos vencer a corrida.
O que poderia haver de errado nisso?
Mas e se outras pessoas estiverem correndo por motivos diferentes?
E se houver mais de uma corrida acontecendo ao mesmo tempo?
Se cada um tiver escolhido uma linha de chegada diferente?
Isso é o que Sherman estava dizendo sobre Grant.
Há uma certa ironia em o quanto de eforço a gente pode colocar ao perseguir o que não será verdadeiramente importante para nos.
No mínimo, não vai durar.
Se ao menos pudéssemos parar por um segundo.
Vamos ser claros: não quero dizer que a competição é a raiz de todo mal ou que é necessariamente ruim.
Muito pelo contrario, a competitividade é uma força importante na vida.
Se você se cercar de pessoas que te inspiram e que vc as inspira, a competitividade pode ser muito benéfica para todos, contanto que saudavel.
A competitividade é o que impulsiona o mercado e está por trás de algumas das realizações mais impressionantes da humanidade.
So que é fundamental que você saiba com quem vc está competindo e por quê.
E se você não tiver isso claro, a competitividade é apenas uma questão de ego.
Só você sabe a corrida que está disputando, a menos que seu ego decida que a única maneira de você ter valor é se você for melhor, tiver mais do que todos sempre e em qualquer lugar.
Mais urgentemente, cada um de nós tem um potencial e um propósito únicos; isso significa que somos os únicos que podem avaliar e definir os objetivos das nossas vidas.
Com muita frequência, olhamos para outras pessoas e fazemos de sua aprovação o padrão que nos sentimos obrigados a cumprir e, como resultado, desperdiçamos nosso próprio potencial e propósito.
De acordo com Sêneca, a palavra grega “eutimia” é aquela em que devemos pensar com frequência. É o sentido do nosso próprio caminho e como permanecer nele sem nos distrairmos com todos os outros caminhos que o cruzam.
Em outras palavras, não se trata de vencer o outro cara. Não se trata de ter mais do que os outros.
É sobre ser o que você quer ser e ser o melhor possível nisso, sem sucumbir a todas as coisas que o afastam disso.
É sobre ir aonde você se propôs a ir.
Sobre realizar o máximo que você é capaz no que escolher.
É isso aí. Nem mais nem menos.
Eh também de Sêneca a citação que mudou minha forma de ver o mundo e que se encaixa inteiramente nisso: “se um homem não sabe a qual porto ele se dirige, nenhum vento sera favoravel”.
É hora de sentar e pensar sobre o que é realmente importante para você e depois tomar medidas para abandonar o resto.
Sem isso, o sucesso não será prazeroso ou completo.
Ou pior, não vai durar.
Isso é verdade tbm com dinheiro. Se você não sabe de quanto precisa, para alguns o padrão facilmente se torna “sempre mais”. Para outros, “nada a mais”. Não por objetivos claros, mas sobretudo pela falta destes. Os que querem sempre mais, o fazem por insegurança, pelo ego.
Os que não querem “nada a mais”, por preguiça ou por medo de que se tivessem um objetivo claro poderiam falhar ao não alcançar ele. Eh mais facil não ter um objetivo pq sem o padrão para te medir você se protege de se sentir derrotado. E se escondem na covardia, tentando se convencer que alcançaram sim o sucesso na vida – numa medida de sucesso que nunca criaram.
Quando “você combina insegurança com ambição”, disse o plagiador e jornalista Jonah Lehrer ao refletir sobre seu fracasso, “você fica com a incapacidade de dizer não às coisas”.
O Ego quer tudo.
E eventualmente, você diz sim a muitas coisas. Para algo muito além do que faz sentido. E nos tornamos uma espécie de capitão Ahab, perseguindo Moby Dick, por razões que nem entendemos mais.
Talvez sua prioridade seja dinheiro. Ou talvez seja família. Ou influência. Ou mudar, crescer.
Talvez seja a construção de uma organização que dure ou sirva a um propósito.
Todas essas são motivações perfeitamente legitimas.
Mas você precisa conhece-las.
Você precisa saber o que você não quer e o que suas escolhas te impedem de alcançar porque as estratégias muitas vezes são mutuamente exclusivas.
Você não pode ser cantor de ópera e ídolo pop adolescente ao mesmo tempo.
A vida exige trocas, mas o ego não pode permitir.
Então, por que você faz o que faz?
Essa é a pergunta que você precisa responder.
Pense nela até que você possa responder.
Só então você vai entender o que importa e o que não importa.
Só então você vai poder dizer “não” ao que não te importa;
Você pode optar por sair de corridas estúpidas que não importam ou mesmo existem.
Só então sera possivel ignorar as pessoas “bem-sucedidas” porque na maioria das vezes elas não são, não para você, e muitas vezes até mesmo para si mesmas.
Só então você pode desenvolver a confiança silenciosa de que Sêneca falou.
Todo mundo acredita no mito de que se eles tivessem isso ou aquilo, que é geralmente o que outras pessoas tem, eles seriam felizes.
Demora algumas vezes a perceber o vazio dessa ilusão.
Todos nós ocasionalmente nos encontramos no meio de algum projeto ou obrigação e não podemos entender por que estamos lá.
É preciso coragem e fé para se conter.
Descubra por que você está atrás do que deseja.
Ignore aqueles que atrapalham seu ritmo.
Deixe-os cobiçar o que você tem, não o contrário, porque isso é independência.
Determine um sentido à sua corrida e soh assim a linha de chegada podera ser considerada como sucesso.
“A um homem que não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe sera favoravel”
A todos, um grande abraço!
Riko Assumpcao
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