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Eu costumo sempre dizer que o bom é bom, mas que o melhor é melhor. O mesmo acontece com o lado negativo: o ruim é ruim, mas o pior é pior.

Em outras palavras, o que quero dizer com isso é que na maior parte das vezes o que mais conta em nosso bem estar é estar melhor ou pior do que antes. Estas medidas relativas, comparando nossa vida hoje ao que era antes, tem um peso maior do que as medidas absolutas.

Dessa forma, morar numa casa própria simples e apertadinha pode trazer muita alegria a uma família que morava em uma palafita ao mesmo tempo em que viver num bom apartamento bem localizado pode trazer tristeza para quem estava acostumado a viver numa mansão. A medida de bem estar é relativa.

Utilidade Marginal

Este é um conceito básico muito conhecido em microeconomia. Tentando tornar o “economês” em português claro, uma boa definição de utilidade marginal seria o bem estar que uma unidade adicional de consumo de um bem/serviço proporciona a um individuo.

O auto conhecimento nos ajuda a tomarmos decisões inteligentes que otimizem nosso bem estar.

Dois pontos interessantes e que valem para maior parte dos casos são: i) Consumir mais é melhor que consumir menos. ii) A utilidade marginal é decrescente, ou seja, cada unidade adicional de consumo nos proporciona uma satisfação menor do que a unidade anterior.

Se pudéssemos quantificar o bem estar dando notas, por exemplo de 0 a 10, seria mais fácil de ilustrarmos essa característica.

Digamos que ter um carro me dê uma satisfação equivalente a 7 unidades de satisfação. Um segundo carro me proporcionaria apenas 5 unidades e um terceiro talvez apenas 2 unidades. Isso significa que o primeiro carro me é mais valioso do que os demais, ele me traz um bem estar maior.

Um outro exemplo. Imagine que você está morrendo de fome, senta no restaurante e pede uma pizza inteira só pra você. A primeira fatia vai te trazer uma satisfação maior do que a segunda, que por sua vez trará satisfação maior que a terceira e assim por diante. No final, a ultima fatia de pizza talvez nem te traga satisfação alguma porque você provavelmente já estará bem cheio.

É interessante que a primeira e a última fatia de pizza são idênticas mas proporcionam graus de satisfação bem diversos. Por que você gostava tanto da primeira fatia e agora despreza a últimas se ambas são idênticas? No exemplo do carro acontece o mesmo. Ter um carro é um sonho, mas por que ter 8 carros idênticos não nos proporciona o equivalente a 8 vezes a felicidade de ter um? Neste caso, provavelmente você venderia outros 7 e trocaria por uma cesta de outros bens capazes de te trazer maior satisfação.

Em resumo, ter 8 carros nos proporciona maior utilidade do que ter apenas 1, mas o 8º carro certamente trará utilidade menor do que a que o 1º trouxe.

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No nosso dia a dia

No gráfico acima podemos ver que o nosso bem estar aumenta conforme consumimos mais. Mas também conseguimos ver que apesar de crescer, ele cresce a taxas decrescentes, ou seja, num ritmo cada vez menor. As setas vermelhas mostram a satisfação que cada unidade adicional proporciona – e reparem que a setas ficam cada vez menores.

No nosso dia a dia isso quer dizer que, em termos de satisfação, a perda de uma unidade de consumo impacta mais nosso bem estar do que o ganho de uma unidade adicional de consumo. Significa que um gasto mensal adicional de mil reais te  trará uma satisfação menor do que a intensidade da sua insatisfação em reduzir seu patamar nos mesmo mil reais. Ou seja, subir um degrau financeiro na vida é bom mas ter que descer um é pior e não compensa.

Minha mensagem hoje é a seguinte: viva de forma equilibrada, procure não subir um degrau antes do que deveria, sem sustentação… porque ter que descer depois é muito pior… pense em subir, mas tenha planos consistentes que procurem te dar a sustentação lá em cima.

Que cada dia em nossas vidas seja melhor que o dia anterior e que tenhamos que descer o menor número de degraus na vida…

A todos um forte abraço!!